Por que pedir a intercessão de São Padre Pio de Pietrelcina?

Certa vez, Padre Pio afirmou: "Minha verdadeira missão começará após a minha morte"

Segundo uma antiga tradição atestada por Santo Ambrósio, o Símbolo dos Apóstolos é composto por doze artigos de fé simbolizando o número dos doze apóstolos. O nono artigo do Símbolo professa o seguinte dogma: “[Creio] na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos”.

O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 953, afirma que o nosso ato de caridade mais insignificante reverte em proveito de todos os homens, vivos ou defuntos, que se funda na comunhão dos santos. A Igreja Universal (Católica), portanto, possui uma dimensão visível e uma invisível (espiritual).

O próprio Jesus fala de uma íntima comunhão entre Ele e os que O seguem. Jesus comunicou o Seu Espírito sobre esses irmãos e os constituiu Seu Corpo Místico. Essa comparação da Igreja com um corpo lança uma luz particular sobre a ligação íntima existente entre a Igreja e Cristo.

Não é por acaso que a Encíclica Evangelii Praecones, escrita pelo Papa Pio XII, reconhece que, de fato, todos os fiéis formam uma só e grandíssima família, cujos membros comunicam entre si as riquezas da Igreja militante, padecente e triunfante. Existe entre esses membros da Igreja uma comunhão que é, ao mesmo tempo, de natureza visível e invisível.

Em suma, o Corpo Místico de Cristo refere-se à Igreja Triunfante, que é composta por todas as almas que já se encontram na glória de Deus (no Céu); a Padecente formada por aquelas almas que já estão salvas, porém, ainda não totalmente purificadas (estão no Purgatório) e a Militante, constituída por cada um de nós, aqui na Terra, que fomos batizados e professamos a fé em Jesus Cristo. As Igrejas militante, padecente e triunfante não se tratam de três Igrejas diferentes, mas uma única Igreja em três estados heterogêneos.

No céu só se encontram aqueles felizes e bem-aventurados que combateram o bom combate e não se desviaram da fé em Jesus Cristo. A Igreja triunfante é composta por esses nossos irmãos e irmãs que já fixaram morada seja no Céu, junto de Deus, na companhia da Virgem Maria, de São José e de todos os Anjos de Deus. Grandíssimo bem faz a Igreja triunfante para a humanidade. Além de contribuir de modo admirável para a fé e a vida sobrenatural da Igreja militante na Terra, faz com que os nossos rogos sejam apresentados a Jesus, o nosso supremo intercessor diante de Deus. 

Dentre estes santos, no século passado um se destacou: Padre Pio de Pietrelcina.

Diversos foram seus dons e carisma. Dons da bilocação, da cura, da ciência infusa, da profecia, do perfume de flores, dos êxtases, da confissão em massa, da leitura de corações – inclusive dos pecados esquecidos que ele relembrava no confessionário. É preciso ressaltar o dom especialíssimo da comunicação com o além, leia-se aqui: as Almas do Purgatório e a intimidade frequente com seu anjo da Guarda, iniciada quando Padre Pio ainda era um garoto em Pietrelcina. Como se não bastassem todos os dons supracitados, os sinais da Paixão e a transverberação marcaram o corpo e a alma do religioso com o selo indelével do extraordinário.

Assim, o que Nosso Senhor, ao afirmar sobre os tantos dons (e carismas) dados e cobrados, encaixa-se aqui perfeitamente São Pio.

Ora, enquanto Igreja Militante, Pe. Pio sofreu perseguições até mesmo dentro da Igreja, seja no silêncio, na dor e na obediência. Mesmo após sua morte em 23 de setembro de 1968, tendo seu corpo incorrupto (não se decompôs), apenas em 16 de junho de 2002 foi canonizado. No entanto, entre sua vida entre nós e hoje junto a Igreja Triunfante, é fato que ele nunca cessou de interceder pela salvação das almas. Se, em vida, realizava cerca de 100 confissões diárias, ou com “L’arma” (como chamava o Santo Rosário), é certo que hoje não o faz por menos.

O Santo Padre Pio nos indica que a vida é uma batalha com oração, como nos recorda: “Arme-se com a “arma” da oração, e terá mais força no combate diário”. Porque a vida é um combate, uma luta não contra a carne (Ef 6,12), que deve ser voltado para o alto. “Quem combate dirigindo seu olhar a Deus cantará triunfo” (Pe. Pio). Ou, como disse São Paulo, “buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (Col 3,1). Nesta luta, o santo de San Giovanni Rotondo nos recorda que “A Divina Piedade sempre escuta a oração de quem espera, confia e se abandona a Deus”, além de acalentar nossas almas quando diz: “Reze, tenha esperança e não se preocupe. Deus é misericordioso e ouvirá a sua oração”.

Como um pai que se preocupa com seus filhos, o santo chagado do século XX afirma que devemos sempre ter “uma fé viva, uma crença cega e a total adesão à autoridade constituída por Deus sobre ti: isto forma a luz que orienta os passos do povo de Deus no deserto”, deserto este árido, que muitas vezes surge com a visita de uma (ou mais) cruzes. Viver este deserto sem desanimar, pois, “tudo o que vem de Deus deixa a alma tranquila mesmo diante de aflições e contradições”. Afinal, “Deus é nosso Pai. O que se pode temer tendo um Pai como este?”

Porque certo dia ele disse a seus filhos: “Não se esqueça de que Jesus quer se servir de você na sua situação atual”. E, trazendo a ele próprio, em sua situação atual, sabemos que como intercessor em comunhão com todos os santos na presença de Deus, quer a salvação de todas as almas, com um dia disse: “Depois da minha morte, farei mais comoção: minha verdadeira missão começará após a minha morte”. De fato, muitas pessoas hoje testemunham receber graças por intercessão de Padre Pio, seja através de sonhos, fragrância de rosas ou outros fenômenos.

Assim, fica aqui o convite. Entre para este grupo de filhos de Pe. Pio, certos de que ele leva seus pedidos a Deus que, no Seu tempo, e da forma como Lhe convier, te atenderá, como nos lembrou Santo Pio: “Ore, espere e não se preocupe. A preocupação é inútil. Nosso Senhor misericordioso escutará a sua oração”.

Fonte: Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana - Aleteia

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